ISTO É ISTO e EX-FOTOS de Fernando Lemos

O jantar caiu-nos mal
Fernando Lemos
Série EX-FOTOS, 2005/09
impressão jacto de tinta colada / pvc
67 x 100
cmed. 2/5

Os trabalhos recentes agora apresentados, realizados entre 2005 e 2009, apesar de terem por base a fotografia, dividem-se entre desenhos e fotografias, justificando deste modo a dualidade do título da exposição: “ISTO É ISTO” constitui um conjunto de 154 desenhos, realizados ao longo de um ano num caderno de apontamentos de capa dura, de pequeno formato (A5), que a par dos desenhos estará também ele exposto; “EX-FOTOS” refere-se ao núcleo da fotografia, onde são apresentadas 20 fotografias feitas a partir de provas fotográficas de amadores, rejeitadas, que Lemos aproveitou para trabalhar, riscando, rasgando e pintando sobre o original, re-fotografando-as digitalmente e imprimindo-as no formato 70x100 cm.

Vergonha pelo atrazo
Fernando Lemos
Série EX-FOTOS, 2005/09
impressão jacto de tinta colada / pvc
67 x 100
cmed. 2/5

Desde 2008, a Fundação EDP tem vindo a promover e patrocinar exposições conjuntas e edições de catálogos com a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva (FASVS), quer na própria FASVS – 'Desenhos de Adriana Molder' (2008), 'Desenhos de António Sena' (2009) e 'isto é isto' & 'ex-fotos' (2010); 'Vieira da Silva Arpad Szenes e o Castelo Surrealista' (2008) – quer no Museu da Electricidade – 'Le couple' (2008), 'Atelier de Vieira e Arpad' (2009) ou, no próximo mês de Novembro, 'As Cidades de Vieira e Arpad'.

Isto é isto é um caderno, no formato A5, que reúne 154 desenhos de Fernando Lemos, uma espécie de diário no qual o desenho assume praticamente todo o protagonismo retratando com ironia e um enorme sentido de humor, os absurdos do nosso quotidiano. Comissariada por João Pinharanda, esta exposição mostra ao público um dos exemplares dessa série de cadernos; os desenhos são feitos a lápis, caneta, ponta de feltro. As páginas do caderno desmanchado são expostas em paredes-vitrines de 4 metros de modo a permitir a visualização frente e verso.

Ex-fotos dá nome a uma série de 20 fotografias de autores anónimos rejeitadas pelos próprios como tantas vezes acontece ao comum dos fotógrafos amadores; Fernando Lemos resgata-as e confere-lhes uma segunda vida trabalhando-as com água, raspando-as, e pintando-as para depois voltar a fotografá-las digitalmente e imprimir no formato 70 x 100 cm. O título, marcadamente surrealista, remete-nos para os diversos mitos atribuindo à fotografia o poder de roubar ou expor a alma daquele que se fotografa.

Ainda recentemente, quatro dos trabalhos fotográficos (1949-52) de Fernando Lemos foram mostrados ao público na Exposição POVO - PEOPLE no Museu da Electricidade (Quando eu for grande quero ser uma santa, Os pais de Vespeira e amigos, Moledo do Minho) e Sargaço e paleio.

Isto é isto e ex-fotos: desenho e fotografia oferecem o melhor dos enquadramentos a Jorge Silva Melo que, a 3 de Outubro às 16h, lê alguns dos poemas de Fernando Lemos, publicados em Teclado Universal, o seu primeiro livro de poesia, nos Cadernos de Poesia.

Durante o tempo de permanência da exposição, nas tardes de domingo de Outubro e Novembro, decorre um ciclo de documentários no auditório da Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva: Fernando Lemos – atrás da Imagem de Guilherme Coelho, 2006 (55’) e Foto Doc: Fernando Lemos de Camila Garcia e Renato Suzuki.